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Monitorização do impacto da reabilitação do Rio Mondego

O projeto Reabilitação dos Habitats de Peixes Diádromos na Bacia Hidrográfica do Mondego teve como objetivo principal o restauro da continuidade longitudinal com a construção de dispositivos de transposição para a fauna piscícola em obstáculos à migração localizados no troço principal do Rio Mondego.

Este projeto vem na senda da reabilitação de habitat para os peixes migradores do Rio Mondego, iniciada em 2011 com a construção da nova passagem para peixes no Açude-Ponte de Coimbra promovida pela Agência Portuguesa do Ambiente. A construção desta primeira passagem marca o início da reabilitação da continuidade longitudinal desta bacia hidrográfica, até aqui fortemente fragmentada.

As medidas de reabilitação promovidas pelo projeto estão a ser acompanhadas por uma monitorização pré- e pós-operacional, de modo a avaliar a adequabilidade e o sucesso das várias ações realizadas. Para tal, foram utilizadas uma variedade técnicas de monitorização dirigidas à fauna piscícola, incluindo a realização de contagens visuais com recurso a um sistema de vídeo instalado na passagem para peixes do Açude-Ponte de Coimbra, campanhas de pesca elétrica ao longo da bacia do Mondego, inquéritos a pescadores profissionais a operar na área de estudo, e a utilização de biotelemetria para estudar o comportamento das espécies-alvo.

A utilização destas metodologias complementares tem como objetivo analisar a eficiência e eficácia das passagens, e acompanhar a evolução da distribuição, abundância estrutura das espécies -alvo, antes e após, a construção, a jusante e a montante dos dispositivos de transposição.

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Implantação de transmissor acústico numa enguia-prateada.
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Monitorização da migração da lampreia-marinha.
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Amostragem de enguia e lampreia-marinha no Rio Mondego.
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Marcação com PIT-tag de lampreia-marinha.

Ainda no âmbito desta componente de monitorização, pretende-se avaliar o sucesso da migração para jusante (i.e. fuga para o mar) das enguias prateadas. Ao longo do projeto, a avaliação da taxa de fuga das enguias prateadas tem sido efetuada com recurso a telemetria acústica passiva. Para esse efeito, foram instaladas 8 estações fixas de receção localizadas estrategicamente ao longo do troço principal do Rio Mondego.

A construção das cinco passagens para peixes naturalizadas ficou concluída no mês de outubro de 2015 pelo que, até à presente data, estão disponíveis apenas os resultados da monitorização pré-operacional destes dispositivos. No entanto, no que respeita à passagem para peixes do Açude-Ponte de Coimbra já é possível consultar os dados de monitorização correspondentes aos períodos pré- e pós-operacionais.

Com base nas ações de monitorização referidas anteriormente, foi possível perceber que as ações de reabilitação da conectividade longitudinal desenvolvidas no Rio Mondego tiveram resultados muito positivos, no sentido de promover o aumento de habitat disponível para as espécies migradoras. A passagem para peixes do Açude-Ponte de Coimbra é utilizada, em ambos os sentidos, por várias espécies autóctones com padrões de migração e capacidades natatórias distintas, nomeadamente: lampreia-marinha, sável e savelha, barbo-comum, muge, truta-de-rio, e enguia-europeia.

A informação obtida foi corroborada por pescadores profissionais que concordam que a abundância de espécies com interesse comercial (i.e., lampreia-marinha e sável) aumentou significativamente a montante do Açude-Ponte de Coimbra. Este aumento de abundância refletiu-se numa crescente procura de licenças de pesca profissional para desenvolver a atividade no Médio Mondego.

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Colocação do sistema de amarração para os receptores acústicos de telemetria.
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Bóia de superfície do sistema de amarração.
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Fixação do recetor acústico.
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Recetor acústico VR2w.
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