logos_ue_promar

Reabilitação do Rio Mondego

Desde o final da década de 90 que tem vindo a ser realizada investigação dirigida aos peixes diádromos que ocorrem no Rio Mondego. O trabalho desenvolvido visa, sobretudo, contribuir para a gestão sustentada destas espécies que aliam um elevado interesse conservacionista e socioeconómico. Os estudos efetuados permitiram a obtenção de informação que tem sustentado a implementação de ações concretas que visam a gestão e conservação dos peixes diádromos do Rio Mondego. Durante as duas últimas décadas, foram investidos cerca de 5 milhões de euros no Rio Mondego em ações direcionadas à reabilitação das populações destes peixes migradores, incluindo estudos sobre aspetos da sua biologia e ecologia, bem como medidas concretas de reabilitação do habitat.

A reabilitação de habitat para os peixes diádromos do Rio Mondego tem passado sobretudo pelo restabelecimento da continuidade longitudinal fluvial permitindo, dessa forma, a livre circulação piscícola entre as áreas de reprodução e alimentação. As ações de reabilitação de habitat têm sido implementadas no âmbito de dois projetos distintos que, por sua vez, constituem fases consecutivas na estratégia de reabilitação do Rio Mondego para espécies diádromas:

    i) Construção de uma passagem para peixes de bacias sucessivas com fendas verticais no Açude-Ponte de Coimbra pela Agência Portuguesa do Ambiente, o que constituiu um aumento de 51 km de extensão de habitat disponível (340 %) para os peixes diádromos;
    ii) Construção de cinco passagens para peixes naturalizadas em pequenos açudes considerados obstáculos de difícil transposição para a fauna piscícola, quatro dos quais a montante do Açude-Ponte de Coimbra. Foi ainda removido um açude de pequenas dimensões;
    iii) Construção da primeira passagem para peixes exclusivamente dedicada à enguia-europeia em Portugal no Açude-Ponte de Coimbra.

Esta abordagem integrada tem uma linha condutora que é o restabelecimento da continuidade longitudinal do Rio Mondego para com isso promover a recuperação das populações de peixes diádromos que ocorrem nessa bacia. Os resultados obtidos até ao momento são muito positivos e têm sido considerados um modelo do tipo de restauro que pode ser implementado nos rios portugueses para recuperar habitat considerado muito importante para este grupo de espécies ameaçadas.

home1
Rio Mondego.
logo_footer