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Instalação de uma passagem experimental para enguias no Rio Mondego

O primeiro dispositivo de transposição especificamente dedicado à enguia-europeia (Anguilla anguilla L.) construído em Portugal foi suportado pelo presente projeto e instalado no Açude-Ponte de Coimbra entre outubro e dezembro de 2015.

A instalação deste dispositivo promoverá a dispersão das enguias (sobretudo durante a fase juvenil) por uma área de rio mais extensa, sendo esperado um efeito positivo na abundância dos efetivos populacionais que ocorrem na bacia hidrográfica do Rio Mondego. Este acréscimo no habitat disponível contribuirá para evitar os constrangimentos biológicos habitualmente associados ao aumento da densidade populacional de enguia a jusante de obstáculos, dos quais se destaca: i) redução da condição corporal dos indivíduos; ii) diminuição das taxas de crescimento e atrasos no processo de maturação sexual; iii) desequilíbrio na proporção de sexos, com redução no número relativo de fêmeas; iv) aumento da taxa de mortalidade.

Os problemas identificados poderão eventualmente conduzir à diminuição do sucesso reprodutivo da espécie, conduzindo a uma redução dos seus efetivos populacionais.

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Passagem para enguias, Açude-Ponte de Coimbra.
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Passagem para enguias: abrigo de monitorização.
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Passagem para enguias: rampa com cerdas.
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Passagem para enguias: bacia de descanso.

O funcionamento da nova passagem para peixes do Açude-Ponte de Coimbra tem permitido uma passagem bem sucedida da maioria das espécies diádromas e potamódromas que ocorrem no rio Mondego. No entanto, a transposição deste obstáculo pela enguia-europeia, não tem sido tão bem sucedida como para as restantes espécies migradoras sendo que, por ano, apenas cerca de 700 indivíduos foram observados a utilizar este dispositivo. Desta forma, pretende-se que a instalação de um dispositivo específico para a enguia facilite a passagem para montante desta espécie e contribua para um aumento de aproximadamente 40 km de troço principal de rio disponível, a que se adicionam cerca de 20 km dos afluentes Alva e Ceira que confluem com o Rio Mondego a montante de Coimbra.

À construção da passagem experimental para enguias no Açude-Ponte de Coimbra, concluída em dezembro de 2015, segue-se o respetivo programa de monitorização, a iniciar em 2016, com vista à avaliação da adequabilidade deste dispositivo para a enguia-europeia.

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